VIDA MALVADA (DIÁRIO DE UM ESTUDANTE)
O texto que se segue é meu, mas foi escrito antes de eu o ter imaginado.
Se eu alguma vez chegasse a uma sala de aula, respondesse à chamada de presença e depois me levantasse para ir embora, no mínimo, levava uma imediata e óbvia falta de presença, adornada com uma bela rebocada do professor. No caso de um trabalhador - imagine-se um operário fabril ou um mineiro - que depois de picar o ponto fosse para a tasca da esquina beber umas minis, no dia seguinte seria posto na rua e assim poderia dedicar os seus dias inteiros à columbofilia ou a construir monumentos famosos só com fósforos.
Em qualquer dos casos, as respectivas sanções são mais do que naturais e merecidas. Se é para faltar - com justificação ou não - faltasse como um homenzinho, assumindo-se o acto e o correspondente prejuízo. Chegar ao local, assinar presença e ir embora, é que não se admite. É coisa que só faz algum sentido nas aulas teóricas da escola de condução porque, muito provavelmente, estas constituem o cenário mais aborrecido da história do aborrecimento.
Pelos vistos muitos dos deputados da República não concordam comigo. Preocupados com o trânsito na A1 ou na A2 (que na Páscoa pode ser uma verdadeira via sacra), foram na manhã de 13 de Abril a S. Bento, assinaram presença e desapareceram. Quando chegou a altura das votações marcadas para esse dia, não havia gente suficiente para a tarefa. O episódio é de tal maneira obsceno que imagino alguns deputados a chegar ao parlamento, encostarem o carro em segunda fila sem o desligar (com a família, cão, papagaio, lancheiras, bóias e grelhas de churrasco lá dentro), entrar na assembleia para a infame assinatura e abalar rapidamente para o Algarve ou afins. Meus senhores: chama-se a isto pornografia político-partidária. Ganhem vergonha cavalheiros!
O autor deste texto é Gustavo Serra que tem um weblog em vidamalvadadiariodeumestudante.blogspot.com.
Se eu alguma vez chegasse a uma sala de aula, respondesse à chamada de presença e depois me levantasse para ir embora, no mínimo, levava uma imediata e óbvia falta de presença, adornada com uma bela rebocada do professor. No caso de um trabalhador - imagine-se um operário fabril ou um mineiro - que depois de picar o ponto fosse para a tasca da esquina beber umas minis, no dia seguinte seria posto na rua e assim poderia dedicar os seus dias inteiros à columbofilia ou a construir monumentos famosos só com fósforos.
Em qualquer dos casos, as respectivas sanções são mais do que naturais e merecidas. Se é para faltar - com justificação ou não - faltasse como um homenzinho, assumindo-se o acto e o correspondente prejuízo. Chegar ao local, assinar presença e ir embora, é que não se admite. É coisa que só faz algum sentido nas aulas teóricas da escola de condução porque, muito provavelmente, estas constituem o cenário mais aborrecido da história do aborrecimento.
Pelos vistos muitos dos deputados da República não concordam comigo. Preocupados com o trânsito na A1 ou na A2 (que na Páscoa pode ser uma verdadeira via sacra), foram na manhã de 13 de Abril a S. Bento, assinaram presença e desapareceram. Quando chegou a altura das votações marcadas para esse dia, não havia gente suficiente para a tarefa. O episódio é de tal maneira obsceno que imagino alguns deputados a chegar ao parlamento, encostarem o carro em segunda fila sem o desligar (com a família, cão, papagaio, lancheiras, bóias e grelhas de churrasco lá dentro), entrar na assembleia para a infame assinatura e abalar rapidamente para o Algarve ou afins. Meus senhores: chama-se a isto pornografia político-partidária. Ganhem vergonha cavalheiros!
O autor deste texto é Gustavo Serra que tem um weblog em vidamalvadadiariodeumestudante.blogspot.com.
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