Carro que anda a Óleo de Fritar Usado
Pois bem, foi o que fizeram ontem os docentes e alunos de Química da Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, no Seixal, em conjunto com a Quercus, para demonstrar que existem alternativas para a reutilização dos óleos usados.
Este processo químico chama-se transesterificação e já está em prática em vários países da Europa há muito tempo, mas em Portugal ainda é um método artesanal. O óleo é filtrado em vácuo, ao mesmo tempo que é preparada uma solução de metanol com soda cáustica, que será misturada com o óleo limpo. Ao fim de uma hora de agitação deste preparado, as moléculas de metanol tomam o lugar da glicerina presente no óleo e formam o biodiesel. A glicerina, por sua vez, pode ser usada para fazer sabões ou para outras aplicações nas áreas da cosmética e da perfumaria.
Para além da vantagem de ser a reutilização de um resíduo perigoso, o biodiesel não contribui para o aumento das emissões de dióxido de carbono, responsável pelo efeito de estufa, nem de dióxido de enxofre, que está na origem das chuvas ácidas.
O biodiesel produzido na escola é misturado a 20 % com o gasóleo, mas numa instalação mais sofisticada é possível assegurar níveis de qualidade para utilizar este combustível a 100 por cento, como acontece na Alemanha. Em 2000, foram produzidas na Europa um milhão e duzentas mil toneladas, com a Alemanha a garantir sozinha 415 mil toneladas. Em França, o gasóleo vendido nas estações de serviço já contém cinco por cento de biodiesel, enquanto em Espanha foram criadas três fábricas para a produção deste combustível. Portugal e Grécia são os únicos países da União Europeia que ainda não tomaram iniciativas nesta matéria. Nem devem tomar tão cedo, pois não dá dinheiro ao estado. Alguns políticos já demonstraram que a ideia do biodiesel os assusta, pois ainda lhes trocam os Mercedes por máquinas de fritar batatas com rodas.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home